POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E EDUCACIONAIS EM SITUAÇÕES DE LÍNGUAS EM/DE CONTATO

Clarice Nadir von Borstel
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
 
 
1. Introdução

Quando o estudo trata sobre linguagem é possível desenvolver uma reflexão da Linguística Aplicada, quanto ao uso de línguas em/de contato em contextos bilíngues e bidialetais, uso que pode ser observado em comunidades de fala, em pequenos grupos profissionais, em pesquisas sobre o uso de língua materna nacional e de contato linguístico, em um dado contexto de comunidades de imigrantes (refere-se à comunidade de fala de imigrantes e seus descendentes) e de fronteira geográfica com o Paraguai./p>Desta forma, neste artigo, faz-se uma discussão sobre pesquisadores que trataram sobre Linguística Aplicada e que tenham como enfoque a multidisciplinariedade, assim abordam-se estudos da Sociologia, da Educação, da Sociolinguística Interacional, da Etnografia da Comunicação e a sua importância na interação comunicativa utilizada pelo falante-real, na oralidade com transferência linguística de línguas em/de contato. O assunto específico desses estudos são as situações enunciativas de falantes de minorias culturais e/ou étnicas em contextos urbanos, quando estes continuam a falar a sua língua materna vernácula em casa, na vizinhança, na igreja, muitas vezes nos locais de trabalhos e na própria comunidade.

No caso de uma minoria cultural e/ou étnica, a necessidade de interagir com o grupo majoritário, em ambiente urbano, manifesta-se na interlocução desses falantes quer seja em um bilinguismo quer seja em um bidialetalismo nas formas linguísticas do léxico com informações fonológicas, morfossintáticas, semânticas e pragmáticas, observando a variação e as transferências de dois ou mais sistemas linguísticos./p>

Os estudos de John J. Gumperz, em 1998, já mostravam a importância da diversidade linguística como recurso comunicativo em interações verbais do cotidiano, no sentido de que, numa conversação, os falantes categorizam eventos, ao inferir intenções e expectativas em suas interlocuções, baseando-se em conhecimentos culturais quanto à forma e às funções linguísticas, isto é, sobre as diferentes maneiras de falar em contextos diversos e complexos.

O país com relação aos estados brasileiros, de acordo com alguns municípios, tem desenvolvido currículos com os segmentos de sua população falante de outras línguas que não seja o português, este não tem, por sua vez, nenhum reconhecimento pela sociedade, como no caso as línguas de imigração, nesta região, (alemã, italiana, polonesa, japonesa, as de países árabes, entre outras). Neste estudo, refere-se sobre a língua alemã e as línguas de fronteira, na região do Lago de Itaipu, Brasil/Paraguai (espanhol, guarani-paraguaio e o portunhol), sendo que nesta parte, do Oeste do Paraná, ainda não há resultados positivos e concretos do falar espanhol no lado da fronteira brasileira, no contexto escolar de ensino básico nas comunidades da região. Acredita-se que, se houver uma política linguística e educacional municipal com a ajuda de setores econômicos, trazendo como suporte a teoria da Linguística Aplicada nas instituições educacionais, isso seja possível.

A Linguística Aplicada é a área de pesquisa que está diretamente relacionada à resolução de problemas práticos na realidade linguística da sociedade, podendo contribuir muito para a área de ensino-aprendizagem de línguas de imigrantes e de fronteira geográfica, quando há políticas linguísticas e educacionais planejadas/comprometidas com a formação linguística, desses grupos de falantes. Desta forma, Moita Lopes, em seu livro Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar, em 2006, apresenta uma coletânea de textos de pesquisadores desta área. Esta obra é vista como uma forma de investigação, mediadora, interdisciplinar, centrada na resolução de problemas de usos da linguagem, que tem seu foco na linguagem de natureza processual. Podendo possibilitar a colaboração com o avanço do conhecimento teórico e do levantamento de dados empíricos, utilizando métodos de investigação de natureza da Linguística Aplicada, da Sociolinguística Interacional e da Etnografia da Comunicação.
 
2 A questão da Linguística Aplicada multidisciplinar

A Linguística Aplicada (doravante LA) utiliza-se de dados fornecidos pela Linguística Teórica, combinando-os com aqueles que são necessários ao campo a qual se destina na prescrição, na descrição, na análise e na interpretação linguística de aspectos da linguagem que permeiam a todos os setores de vida na sociedade.

Este estudo se caracteriza como interpretativo, de cunho etnográfico social e se apoia nos pressupostos teórico-metodológicos da Linguística Aplicada, da Sociolinguística Interacional e da Etnografia da Comunicação. A Lingüística Aplicada está diretamente relacionada à resolução de problemas práticos na realidade linguística das sociedades (Moita Lopes 2006) e tem contribuído muito para o ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras.

De acordo com os estudos de Rojo (2006), a tarefa de um linguista que trata da LA é identificar os problemas discursivos que acontecem em sala de aula. Esses problemas enunciativos e discursivos podem contribuir para a construção do conhecimento do aluno, isso se forem solucionados. O pesquisador, sob o enfoque teórico da Linguística Aplicada, pode investigar problemas concretos das alterações na comunicação e buscar interpretá-las de maneira a contribuir para que as formas enunciativas e discursivas se efetivem, objetivando melhorar a formação desses falantes bilíngues em comunidades de (i)migrantes (seus descendentes) e de fronteira geográficas.

A Linguística Aplicada, muitas vezes, está articulada com várias áreas do conhecimento e dialoga com diversos campos que se preocupam em estudar a linguagem de acordo com os referenciais da Antropologia, da Sociologia da Linguagem, da Sociolinguística, da Etnografia da Comunicação, da Pragmática, entre outras.

Desta maneira, há uma nova postura sobre o status da Linguística Aplicada de acordo com a abordagem multi/pluri/interdisciplinar dada a partir de estudos e pesquisas realizados em qualquer domínio do saber. Portanto, “em uma postura multi/pluri/interdisciplinar, disciplinas plurais colaboram no estudo de um objeto, de um campo, de um objetivo (Durand 1993) em uma situação de integração” (Celani 131).

A situação de integração ocorre quando há uma preocupação com o social, com o humano e com a educação. Essa preocupação há muito tempo tem sido objeto da Linguística Aplicada e, de fato, é componente fundamental na definição da disciplina tanto teórica como aplicada. De acordo com a autora, uma LA com preocupações de integração situa-se “entre o domínio da pesquisa fundamental, em que prevalece a busca do saber por si mesmo, e o domínio da ação informada, em que predomina o útil, o prático, a eficácia” (Celani 133).

Signorini (1998) também assim discute o assunto, dizendo que

A Linguística Aplicada tem se configurado também, e cada vez mais, como uma espécie de interface que avança por zonas fronteiriças de diferentes disciplinas, não somente na área dos estudos da linguagem, como também na da Psicologia, da Sociologia, da Antropologia, da Pedagogia, da Psicanálise, entre outras. Nesse sentido, tem-se também constituído como uma área feita de margens, de zonas limítrofes e bifurcações, onde se tornam móveis as linhas de partilha dos campos disciplinares e são deslocados, reinscritos, reconfigurados, os constructos tomados de diferentes tradições e áreas do conhecimento (Signorini 99-100).

Essa integração de uma situação multitransdisciplinar de pesquisa, para Celani (1998), há dois enfoques relevantes para a Linguística Aplicada. O primeiro se reflete nas relações sociais entre os interlocutores na interação comunicativa em sala de aula e o outro, sob a premissa teórica com o sociointeracionismo, preocupa-se com o processo comunicativo que se institui com o texto de ensino-aprendizagem.

Dessa forma, reitera-se o que foi dito na introdução, a Linguística Aplicada é a área de pesquisa que está diretamente relacionada à resolução de problemas práticos (multilinguísticos e multiculturais) da realidade linguística das sociedades e que tem contribuído muito para a área de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras. Para Moita Lopes (2006),

A Linguística Aplicada é uma área de investigação aplicada, mediadora, interdisciplinar, centrada na resolução de problemas de uso da linguagem, que tem seu foco na linguagem de natureza processual, que colabora com o avanço do conhecimento teórico, e que utiliza métodos de investigação de natureza positivista e interpretativista (Moita Lopes 21-22).

Sendo a resolução dos problemas de uso da linguagem na vida real o objetivo da Linguística Aplicada, é possível deduzir que existe uma intrínseca relação entre a linguagem, os indivíduos, suas identidades e a sociedade. Há, portanto, necessidade de comunicação e de entendimento entre integrantes de uma comunidade que dão origem à linguagem, e é isso que suscita a ação humana. Por meio da linguagem, o ser humano estabelece relações de reciprocidade linguística e relações culturais, com o propósito de construir relações interpessoais nos diversos contextos situacionais.

Para tanto, em comunidades de fala de contato linguístico de imigrantes e de fronteira geográfica há sempre um paradoxo quando se trata sobre a liberdade do grupo, da língua em uso e da seriedade do grupo quando do uso do sistema de língua, o que se evidencia na interlocução do jogo da linguagem face a face no cotidiano desses falantes.

Verificou-se, portanto, em pesquisas empíricas in loco, que não se evidenciam entre os falantes bilíngues e a sociedade a concretude e o respeito interlinguístico dessas línguas nesta parte, da região da Costa Oeste paranaense, caracterizando não só a estratificação e o estigma sobre a diversidade linguística, cultural e identitária de imigrantes e de seus descendentes, como também no contato linguístico do espanhol-português, principalmente, na fronteira do lado brasileiro.

A vida social, dessas comunidades de fala, implica em uma pluridimensionalidade de relações de várias ordens que a cada momento e em cada lugar ganham uma configuração própria. Algumas dessas relações estruturam-se, muitas vezes, em redes sociais familiares, aliados, a vizinhos e associações, com finalidades múltiplas e fundadas sobre a observância de um conjunto de regras e de convenções.

É no seio dessas redes que as unidades familiares procuram o acesso e o controle dos recursos. A afirmação e a reprodução dessas redes e das comunidades de falas interétnicas requerem o exercício do poder e da influência do governo federal, estadual, municipal e da sociedade organizada, para poder viabilizar a política linguística e a efetivação de uma planificação linguística.
 
3. A questão das políticas linguísticas e educacionais em situações de línguas minoritárias

As questões da linguística estão ligadas e aplicadas ao ensino. Isso também se aplica aos direitos de grupos minoritários, à necessidade de uma educação mais adequada às situações de bilinguismo, como muito bem reiteram Oliveira (2003, 2010) e Altenhofen (2004). Esses dois estudiosos tratam sobre políticas linguísticas das línguas minoritárias e defendem a prática dessas. Além disso, é possível que a Declaração universal dos direitos linguísticos e o decreto lei criado pelo Mercosul devem se efetuar no processo de ensino-aprendizagem no contexto escolar no país, porém isso ainda não se evidenciou de uma forma plena ou efetiva nas comunidades de imigrantes, nesta parte da região de fronteira com Paraguai, no lado brasileiro./p>

Ou seja, a política de integração das comunidades de indígenas, dos afro-brasileiros, dos imigrantes (de segunda e terceira geração no Brasil, ainda, falam a língua de origem étnica) e de fronteira geográfica, com as suas devidas culturas e identidades, pressupunham na sociedade a globalização da língua nacional no país, devendo se respeitar a homogeneidade da língua. Muito bem cita Oliveira (2003) que

A imagem do país que fala somente português, e de que o português brasileiro ‘não tem dialetos’ é consequência da intervenção do estado e da ideologia ‘unidade nacional’ que, desde sempre, com diferentes premissas e em diferentes formatos, conduziram as nações culturais no Brasil (Oliveira 8).

De acordo com o exposto, se acrescenta que, ainda, há pouco interesse de alguns setores políticos, educacionais (enquanto planejamento) e da própria população no país, para que as políticas linguísticas se efetuem plenamente, tanto em relação às línguas de imigrantes e indígenas, como às de fronteira geográfica, mesmo havendo as políticas linguísticas do Mercosul, quando o Brasil promulgou a Lei Federal nº 16.161, de 5 de agosto de 2005, que tornou o espanhol língua de oferta obrigatória a partir de 2010, implantado quanto aos direitos de uma política linguística e educacional. Isso ainda não se concretizou nesta parte da região Oeste do Paraná, região de fronteira geográfica com o Paraguai. Para que isso, verdadeiramente, aconteça é necessário que o povo brasileiro e os setores educacionais e econômicos acreditem no valor cultural e linguístico das línguas autóctones, alóctones e de fronteira no país.

A finalidade desta discussão é tratar sobre a política linguística e educacional, quando há uma preocupação e um planejamento quanto à relação entre o poder e as línguas ou, mais propriamente, entre as decisões políticas sobre línguas e seus usos na sociedade. Ainda, de acordo com Calvet (2002):

Política linguística é um conjunto de escolhas conscientes referentes às relações entre língua(s) e vida social, o planejamento linguístico: a implementação prática de uma política linguística, em suma, a passagem ao ato. Não importa que grupo pode elaborar uma política linguística: fala-se, por exemplo, de “políticas linguísticas familiares” (Calvet 145).

Ao expor e discutir a Política Linguística de comunidades de imigrantes e seus descendentes, como também as línguas de fronteira, é necessário que haja igualmente uma Planificação Linguística. Quando se discute sobre planejamento linguístico é necessário que se reiterem as colocações de Amonn (2003), Savedra (2003), Vandresen (2006), Damke (2008) e Calvet (2007), quando citam que a planificação linguística é a política linguística posta em prática. Ou,

O planejamento é uma atividade humana decorrente da necessidade de se encontrar uma solução para um problema. Ele pode ser completamente informal ad doc, mas pode também ser organizado e deliberado. Pode ser executado por indivíduos particulares ou ser oficial. […] Se o planejamento for bem feito, ele compreenderá etapas tais como a pesquisa extensa de dados, a escolha de planos de ações alternativos, a tomada de decisão e sua aplicação (Calvet 21).

É também do conhecimento geral que toda política linguística se dá a partir da planificação educacional quando há um grande número de grupos de interesse, embora muitas vezes não se tenha consciência dos interesses linguísticos e da planificação linguística desses mesmos grupos ou dessa comunidade de imigrantes e de fronteira geográfica, como é o caso desta região. Nela há uma imensa estratificação social da sociedade quanto à(s) língua(s) de herança étnica e de fronteira geográfica, quando essas apresentam transferências e alternâncias de dois códigos linguísticos da língua alemã (com traços bidialetais) e da portuguesa, como pode ser constatado na situação enunciativa, em Marechal Cândido Rondon, Paraná, de um descendente de alemão, de segunda geração, no Brasil: “Jô, ich tun kombinire com Imgard para ir nach Haus…” (Sim, eu combino com Imgard para ir para casa…) – (E.: NT, de MCR, von Borstel 2010). Nesta situação enunciativa, observou-se uma alternância de código intra-sentencial de acordo com Poplack (1980), quando a alternância de código se evidencia no meio ou em partes de frases e, com isso, exige uma maior competência linguística do falante. Neste enunciado o falante utiliza a língua Standard alemã, o dialeto Hunsrückisch e o português em sua interlocução linguística.

A alternância de código intra-setencial, também, se evidencia no espanhol com as interferências linguísticas do guarani do Paraguai e do português, em Guaíra, Paraná, fronteira geográfica do Brasil com o Paraguai, como se pode notar na situação enunciativa de uma imigrante que veio desse país, nos anos de 1950: “Mi hijo, pega el pojã, quiero tomá… si yo vá tomá todo dia… a minha pressão (arterial) sube mucho… no soy más la miesma de unos tiempos prá acá… é a idade… é a idade… né…” (Meu filho, pegue o remédio, quero tomar… sim eu tomo todo dia… a minha pressão arterial sobe muito… não sou mais a mesma de uns tempos para cá… é a idade… é a idade… né…) – (Entrevista de von Borstel e Aguazo 2006).

Os neologismos por empréstimos, nesta parte da região oeste paranaense, também, são muito utilizados, indicando fenômenos de usos linguísticos entre as línguas e as culturas de herança étnica. Como pode ser verificado na situação enunciativa de um falante teuto-brasileiro de Marechal Cândido Rondon, Paraná, de terceira geração no país: “Eu comprei das Auto na Volkswagen aqui em Rondon…” (Eu comprei o carro na Volkswagen, aqui em Rondon…) – (E.: HT, de MCR, von Borstel 2010).

Esses fenômenos de alternância linguística (fonológica, morfossintática, semântico-lexical e pragmática) e de empréstimos linguísticos, tanto da língua de imigrantes como de fronteira geográfica, nesta região investigada, são muito utilizados na interlocução dos falantes, porém, estigmatizados socioculturalmente pela sociedade.

O que se verifica, nas pesquisas sobre contato linguístico de comunidades de imigrantes e seus descendentes, é que os falantes a cada nova geração estão deixando de utilizar a língua de herança étnica cultural.

Historicamente, na região Sul do Brasil, no processo inicial de colonização de imigrantes, no século XIX, houve um tipo de política linguística e planejamento familiar com imigrantes alemães, italianos e poloneses, quando igreja, escola e associações eram/são, ao lado a família, alicerces da língua e da cultura de origem étnica.

Depois, no século XX, a era Vargas reprimiu a língua e a cultura dos imigrantes, através de uma campanha nacionalista, que exigia o domínio e uso da língua portuguesa pelos imigrantes e seus descendentes. Em 1937, Getúlio Vargas institui o Estado Novo e decretou a Campanha de Nacionalização, a partir da qual a Secretaria de Educação proibiu o uso de língua, de bandeira e de símbolos de imigrantes.

Entre 1938-1939, dezenas de escolas de imigrantes foram fechadas e, em 1942, quando o Brasil entrou oficialmente na Segunda Guerra Mundial, a perseguição às pessoas aumentou, foi ordenado o fechamento de sociedades culturais e confisco de bandeira, escudos, medalhas e livros na língua de imigrantes nas bibliotecas.

No início da década de sessenta do século XX, mesmo não havendo o ensino de línguas minoritárias como língua estrangeira, no ensino básico (Primário), as igrejas e suas associações escolares e familiares, em Marechal Cândido Rondon, Paraná, ofereceram a língua alemã na Escola Primária “Evangélica Martin Luther”, com as aulas ministradas pela professora Ingrid Hedel, neste período, no ensino básico e fundamental. E no Ginásio Evangélico “Rui Barbosa”, nos anos de 1963 a 1966, de acordo com a documentação de conclusão do curso ginasial de Clarice Nadir von Borstel. Não sendo possível oficializá-la nos currículos escolares, a língua desses imigrantes de origem germânica não foi mais ofertada por essas escolas de ensino privado, até os meados da década de oitenta e da década de noventa.

Ou seja, somente a partir do final dos anos 1980 surgiram possibilidades de ensino oficial de línguas minoritárias (como língua estrangeira) de 5ª a 8ª séries no ensino fundamental e no ensino médio. No Estado do Paraná houve a opção dessas línguas por muitas escolas públicas e privadas. Também novamente foi ofertada a língua alemã nas particulares: Escola “Martin Luther” e Escola “Cristo Rei”; e na pública com o Projeto Estadual do CELEM no Colégio Estadual “Antônio M. Ceretta”, no ensino básico e fundamental, neste município do oeste paranaense.

No ensino superior, a língua alemã, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, no Campus de Marechal Cândido Rondon, iniciou em 2003. No ano de 2012, porém, em duas reuniões do colegiado, nos meses de junho e julho, a coordenadora do Colegiado de Letras argumentou de várias formas para que se encerrasse o Curso de Letras-Língua Alemã, justificando a desistência de alunos e o fato daqueles, que se matricularam como alunos remanescentes de terceira ou quarta chamada ou como alunos portadores de diplomas com o Curso de Letras-Português, esses, muitas vezes, não tinham conhecimento prévio da língua alemã e dificuldades nas outras disciplinas do curso (o estigma do aluno fraco).

O Curso de Letras-Língua Alemã, na Unioeste provavelmente continuará até 2017, porque o Governo do Estado do Paraná autorizou de acordo com o Decreto nº 4.461, sob o Parecer nº 144/2011, a renovação do reconhecimento, pelo prazo de cinco anos, do Curso de Graduação em Letras – Licenciatura – Habilitações: Língua Portuguesa e Língua Alemã e suas respectivas literaturas, na Unioeste – Campus de Marechal Cândido Rondon, mantida pelo Governo do Estado do Paraná, em 26 de abril de 2012.

É necessário relembrar que, em 1986, o estado do Paraná criou o CELEM (Centro de Estudos de Línguas Estrangeiras Modernas), foi fundamentado no artigo 7° da Resolução Secretarial n° 3.546/1986, e posto em prática nas escolas a partir de 1988. Trata-se de um programa criado pelo governo para enriquecer a formação bilíngue de alunos, filhos de imigrantes, no ensino fundamental e médio, na rede pública estadual, por meio do ensino de línguas estrangeiras.

De acordo com Auada (1993), o CELEM, ao levar em conta a composição étnica da população paranaense, buscou “desenvolver cursos de língua e cultura alemã, francesa, hispânica, inglesa, italiana, japonesa, ucraniana, árabe, polonesa e hebraica, visando estimular e facilitar a inclusão dessas línguas nos currículos plenos do Sistema Educacional do Paraná” (Auada 20). Não se tem, porém, notícia dos resultados, ou seja, não se sabe como se evidenciou esse ensino de bilinguismo de contato, pois não se tem nenhum estudo sistemático da extensão dessas línguas de imigrantes no estado do Paraná. Há, sim, várias pesquisas descritivas sobre as línguas em contato alóctones, autóctones e de fronteira, em todos os níveis da língua (fonológico, morfossintático, semântico e pragmático) e em fatores extralinguísticos (comunidade, religião, identidade, escolarização, faixa etária, entre outros) na região.

Dessa maneira, “as línguas minoritárias europeias e asiáticas ainda oferecem um vasto campo de estudos, apesar da grande perda de falantes a cada geração” (Heye e Vandresen 403), quando os netos desses imigrantes não mais utilizam a língua ou o dialeto materno de herança étnica e cultural.
 
4. A questão da linguística em situações de línguas em/de contato

Entende-se ser possível encontrar espaço para uma rediscussão sobre a comunicação verbal, quando o falante utiliza não só a alternância linguística (observando o léxico quanto à sua forma fonológica, morfossintática, semântica e pragmática), como também os neologismos por empréstimos, especialmente no mundo contemporâneo, da globalização das redes sociais on-line e das interações comunicativas virtuais.

De fato, o léxico das línguas se amplia também por meio de contato linguístico, assunto ao qual muitos trabalhos sociolinguísticos já dedicaram atenção (Heye 1986, 2006; Heye e Vandresen 2006; von Borstel 1992, 1999, 2011; entre outros).

Por conseguinte, o objeto desta reflexão se torna relevante e merece ser explicitado com mais detalhes quando a questão de pesquisa coloca como desafio justamente o desvendar dos modos como se dá a interação comunicativa de novos termos, em geral provenientes de vários contatos linguísticos, no domínio semântico da comunicação verbal, em uma forma espantosa com o processo de globalização. Assim, sob uma concepção da variação e das variantes dos contatos linguísticos de línguas indígenas, de imigrantes e de fronteira no país, podem-se evidenciar, principalmente, os fenômenos linguísticos de alternância de código, de mistura de língua, de empréstimos e dos estrangeirismos.

Um esclarecimento se faz necessário quando se trata de estudos sobre bilinguismo, diglossia e alternância linguística em dois códigos, face às diferentes situações de contato linguístico do português com as línguas minoritárias e de fronteira. Com o processo de globalização, os estudiosos da linguística consideram o bilinguismo como um domínio de duas línguas de uma forma relativa ou funcional, de acordo com o conceito precursor, considerando o bilinguismo uma “prática de empregar duas línguas alternadamente” (Weinreich 01). Hoje são várias as concepções dadas ao bilinguismo de uma forma interdisciplinar, observando fatores sociológicos, psicológicos, linguísticos e o grupo social/cultural no qual o falante bilíngue está inserido. No momento, portanto, muitos estudiosos estão rejeitando o conceito clássico de Bloomfield (1933) sobre o nativelike controlo of two languages – o domínio de falante nativo em duas línguas.

Se, porém, não houver uma preparação teórica fundamental e práticas de ensino apropriadas para o cerne dessa formação, não será possível detectar os processos interconectados de adquirir/aprender e ensinar línguas, ou seja, as condições reais de um bilinguismo relativo ou funcional, como referenciado por Mackey (1968), Heye (1986) e von Borstel (1992, 1999, 2011), entre outros. Para estes, no cerne de toda língua, há variáveis funcionalmente distintas.

Isso está proposto inicialmente por Ferguson (1959), quando trata sobre a diglossia. Ele se refere ao uso que o falante faz de duas variedades linguísticas distintas de uma mesma língua, ou seja, exemplificando com a língua alemã na Suíça, a variável padrão (o alemão Standard) e a variável de uso e que, muitas vezes, é prestigiada pela comunidade ou sociedade, como ocorre no caso do Schwyzerdütsch (o alemão suíço). De acordo com o autor, a variável padrão se caracteriza pela aprendizagem formal e seu uso é, portanto, formal e literário, enquanto a variável não padrão é caracterizada pela aquisição de forma natural na família, e seu uso é informal e predominantemente oral.

A partir desse estudo, Fishman (1972) e Kloss (1986) ampliam o conceito de diglossia, afirmando que há a variedade de uma mesma língua (diglossia interna), como foi proposto por Ferguson (1959), e que há países bi- ou plurilíngues, já que o falante utiliza línguas distintas, utilizando a ‘diglossia interna’ e a ‘diglossia externa’, que pode exemplificar o caso da variedade padrão e não padrão do espanhol e o uso do guarani no Paraguai, essa última tida como a língua de solidariedade entre os paraguaios, no contexto familiar, escolar e sociocultural.

O sistema diglóssico que abarca a diversidade de línguas autóctonesalóctones, de fronteiras passa por mudanças constantes através do tempo, em relação ao espaço social e geográfico, principalmente neste mundo contemporâneo que, constantemente subverte a compartimentalização societal em favor da globalização.

Nesse sentido, acredita-se que é necessário preservar a diglossia de Ferguson (1959) para dar conta de um tipo específico de variação entre uma variedade ‘A’ e uma variedade ‘B’, que é socialmente considerada como uma mesma língua. Ou seja, “a primeira nunca é usada em comunicações ordinárias e informais, embora certa porcentagem dessa variedade ‘A’ possa ser utilizada, dependendo do domínio do sistema diglóssico por parte do falante” (Heye, Sobre o conceito de diglossia 80).

Em situações de línguas em/de contato, considera-se os estudos desenvolvidos por Heye (2003) que apresenta a distinção de bilingualidade como um fenômeno linguístico individual/dinâmico, apresentando a bicompetência linguística de falante bilíngue e o bilinguismo como fenômeno societal e (relativamente) estável quando da competência gramatical do falante bilíngue. Isso pode ser observado na figura a seguir:

 

1365-5907-1-PB

Fonte: Heye (2003), Considerações sobre bilinguismo e bilingualidade: revisão de uma questão 37.

 

É necessário que se dê a devida importância e o devido respeito às línguas em e de contato. Por conseguinte, aquelas são a(s) língua(s) e suas variações hibridizadas com as culturas de uma dada comunidade de fala, como no caso as dos indígenas; as dos imigrantes; e as de fronteiras geográficas no Brasil. Já as línguas de contato são as línguas de imigrantes e de fronteiras que são ensinadas em instituições oficiais ou particulares como língua estrangeira e/ou como segunda língua. Essas línguas têm respaldo disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 2008, ainda em vigor, ou seja, “a língua estrangeira a ser ensinada deve ser escolhida dentre as línguas que possam ser diagnosticadas como de relevância para determinada comunidade linguística de fala, a partir de contextos sócio-político-culturais” (Paraná 02).

Acredita-se que a posição das línguas em contato, principalmente às dos imigrantes, de indígenas e de fronteiras pode/deve ser respeitadas se houver políticas linguísticas, educacionais e econômicas junto aos municípios dessas comunidades de falas com relação aos contatos linguísticos.

Para os linguistas, os assim denominados estrangeirismos, quaisquer que forem suas formas de entrada de línguas em/de contato, são muitas vezes utilizados como empréstimos lexicais de uma língua-fonte para uma língua-alvo ou para várias línguas-alvo.

O interesse maior aqui é refletir sobre os processos de transferências linguísticas neológicas no léxico do português, cujas línguas-fonte são as línguas de imigrantes e de fronteiras em contato com o português, além disso interessa verificar a hipótese segundo paradigmas com efetiva chance de analisar a variável, as variantes e a mudança linguística que melhor se prestam para explicar os motivos pelos quais formas genuínas do léxico do português convivem com outras por motivações exógenas ao sistema do português. Ocorre, em geral com o mesmo valor de verdade, ora sobrepujando-se à forma idiomática, configurando então uma mudança linguística, ora mantendo-se em competição com estruturas já existentes na língua nacional ora se fixando em comunidades de fala de imigrantes, de indígenas e de fronteiras. Isso, então, se desenvolve no domínio da dinamicidade das línguas e se volta para o intercâmbio entre sistemas linguísticos, resultando em processos neológicos e alternância de línguas em um processo de comunicação verbal.

O bilinguismo e o plurilinguismo continuam a apresentar um campo fértil e necessário de pesquisa macro e micro na área da Etnografia da Comunicação, da Sociolinguística e da Linguística Aplicada sob um contexto multidisciplinar. É de grande interesse manter esses estudos nessas áreas, pois são estudos com os quais se vem demonstrando o efeito de algumas variáveis sobre o processo de assimilação de traços de uma língua com traços de outra língua, bem como de formas dialetais, principalmente das línguas de imigrantes e de fronteiras.

As criações lexicais podem ser tanto decorrentes de um processo de sistema gramatical na trajetória linguística diacrônica e/ou sincrônica do sistema linguístico, como podem advir da hibridização entre contato de línguas./p>

Nesse sentido, procede-se nos estudos acerca de neologismos e da alternância linguística à luz do paradigma sociolinguístico, retomando a abordagem sobre os traços linguísticos em/de contato como operações sujeita à heterogeneidade e motivadas por variáveis internas e externas aos sistemas da língua-fonte e da língua-alvo. Certamente, é importante descrever ainda os sentidos sócio-históricos, geográficos e culturais, que as formas tomadas de empréstimo e alternância de código finalmente são revestidas quando adotadas pelos usuários.

Considerações finais

Pode-se responder, com base nestas discussões não só da Linguística Aplicada neste contexto, sob uma forma multidisciplinar nas várias áreas de conhecimento, como também sobre a Política Linguística e a Planificação Linguística, tratando da língua em/de contato e os fatores socioculturais e históricos, sendo necessário expor essa problemática para poder discutir como estão sendo interpretadas as Políticas Linguísticas e Educacionais enquanto planejamento efetivo e concreto na sociedade brasileira.

Nesta perspectiva, observa-se a necessidade de se atuar e estar atento às dificuldades das escolas em relação à formação continuada dos docentes no que tange aos estudos bilíngues e bidialetais, tendo como enfoque as práticas culturais, linguísticas e pedagógicas nesses contextos sociolinguisticamente complexos.

Pelo exposto, ainda, não se pode negar o importante papel que as Políticas Linguísticas vigentes no Brasil têm desempenhado em relação a questões de língua(s) e cultura(s) e em relação às suas implicações no ensino, no tocante a essas situações de variáveis e variantes linguísticas. Certamente é necessário ter conhecimento sobre a história, a realidade sociocultural e econômica para planejar e implementar o fortalecimento linguístico das línguas desses grupos minoritários e trabalhar nas escolas a diversidade linguística cultural local, bem como, da estratificação linguística, do estigma tão presente no contexto escolar e socia
 
 
Bibliografia

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